A Incrível Experiência de Combate a Micro-Organismo de Forma Natural e Segura 

Como já sabemos, o uso de plantas aromáticas trata a pele da humanidade há muitos e muitos anos. Os óleos essenciais andaram um pouco esquecidos depois da segunda guerra, contudo, essa sabedoria quase esquecida, não se perdeu.

Atualmente, o campo de pesquisa e desenvolvimento da medicina mundial tem se preocupado bastante com o uso indiscriminado de medicamentos sintéticos, alopáticos, principalmente os antibióticos.

Antibióticos destroem as bactérias nocivas e as benignas também. E as nocivas tem a capacidade de se adaptar a droga e criar resistência a ela, mantendo o paciente doente.

Isso não ocorre com o uso de óleos essenciais antibacterianos e antifúngicos.

Sendo a pele o maior órgão, ela funciona como barreira do corpo contra o ambiente externo e a invasão por micro-organismos. É responsável por inúmeras funções, como a regulação do calor e a proteção dos órgãos e tecidos subjacentes.

No entanto, quando ocorre algum trauma na pele, decorrente de queimaduras, afinamento da pele, úlceras, arranhões, defeitos da pele, feridas, alergias há grande probabilidade de infecções. Logo, se em decorrência de alguma lesão a barreira ficar vulnerável e pode ocasionar uma invasão microbiana, muitas vezes grave.

Outras causas, tambem comuns são furúnculo, foliculite, celulite, impetigo, micose, acne, e odor no pé. Em hospitais, os procedimentos invasivos propiciam essas infecções cutâneas também.

As doenças de pele podem afetar de forma drástica a qualidade de vida das pessoas.

Cerca de 6 milhões de pessoas no mundo são afetadas com feridas crônicas. As infecções cutâneas deveriam ser tratadas topicamente, porém com uso incorreto de antimicrobianos sintéticos convencionais, os micróbios, estão adquirindo a capacidade de se adaptarem e levam o tratamento ao insucesso.

Os seres humanos ficam vulneráveis até em um corte no dedo, caso tenham feito uso indiscriminado de antibióticos. Isso parece alarmante e é. A

OMS já fez o alerta que infecções comuns podem ficar sem tratamento por conta do surgimento de superbactérias.
E uma das razões para o resgate da sabedoria sobre os benefícios das plantas aromáticas é que elas possuem funções antimicrobianas, bactericidas, virucidas, fungicidas sem matar a flora benéfica do organismo.

A popularidade dos tratamentos de medicina complementar e alternativa está aumentando e uma das principais aplicações é no tratamento de problemas dermatológicos.

O óleo essencial mais estudado clinicamente para fins antibióticos foi o Melaleuca alternifolia. Contudo, em pesquisas in vitro, foi notada a atividade antifúngica do Aipo, Cedro do Atlas, Zimbro, Gerânio e Tomilho.

Vale lembrar que os óleos essenciais são utilizados na pele para fins estéticos, também e com excelentes resultados. Tem ação rejuvenescedora, trata rugas e linhas expressão, flacidez e crostas.

Dos 98 óleos essenciais recomendados para uso dermatologico, 88 são endossados para o tratamento de infecções fúngicas e 16 para infecções virais.
Melaleuca Alternifolia ( Tea tree/Melaleuca)  Anthemis Aciphylla var. Discodea (Camomila) ricos em terpinen-4-ol e alfa pineno que mostraram uma atividade formidavel. Origanum.spp ( Origanum Vulgare e Origanum Scabrum) demonsrtraram atividade antimicrobiana  espetacular , e justifica-se pela presença de carvacrol . Contra os estafilococos spp o geraniol apresentou atividade antimicrobiana.

A Mentha Piperita( Hortelã Pimenta) apresentou maior atividade antimicrobiana devido a concentração de mentol. Laurus nobilis (Louro), Cinnamom Zeylanicum (Canela) também demonstraram atividades antimicrobianas. Os óleos indicados pela literatura de aromaterapia são: Lavandula Angustifólia (lavanda francesa), Anthemis Noblis (Camomila romana), Boswelia Carterii (Olíbano),  Foeniculum Vulgare (funcho), Melissa Officinalis( Erva Cidreira).

Estudos apresentaram efeitos d e óleos essenciais em úlceras necróticas malcorosas de pacientes com câncer. Misturas contendo Eucalipto Globulus tiveram estudos clínicos que atestaram a diminuição de inflamação, promoveu a cicatrização e melhorou o odor em caso de ulceras necróticas. Foi confirmado através de estudo que Camomila alemã e lavanda francesa e uma proporção de 50:50 em óleo vegetal de calêndula foi bem útil na cicatrização de ulceras nas pernas e ulceras de pressão (comuns em calcanhares).

Em patógenos associados a acne, muitos tipos já são resistentes aos antibióticos sintético, o Abeto Coreano teve excelente performance no combate as bactérias que ocasionam as infecções de acne.

A Mirra( Commiphora Guidotti) perfumada foi investigada e comprovou seu superpoder cicatrizante em ratos. Houve contração das feridas e uma atividade de cicatrização sincera, pois a mirra possui componentes anti-inflamatórios e antimicrobianos. O manjericão (Ocimum Gratissimum) promoveu cicatrização e patógenos infecciosos da sarna foram erradicados.

Sandalo Album, Vetiver, e Erva-Cidreira, também tem suas ações cicatrizantes, anti-inflamatórias comprovadas, e  YlanYlang, Camomila e suas variações, Olíbano e suas variações e ainda, Milefólio, Niauoli, que é uma variação da Melaleuca também, menos estudados , mas não menos eficazes em tratamentos de doenças e infeções da pele.

Infeccoes fungicas: Leveduras

A candida albicans já apresenta resistência ao fluconazol. Diante disso, alguns óleos essenciais foram testados e com resultado notável, pois neles, há presença de componentes químicos fenólicos, por exemplo, muito potentes em ação antifúngica. Os resultados foram bem satisfatórios. São eles:

  • Cymbopogon citratus -Capim limão,
  • Cymbopogon martinii -Palmarosa,
  • Laurus nobilis -Louro
  • Mentha piperita-Hortelã pimenta
  • Pelargonium Graveolens– Gerânio
  • Santolina chamaecyparissus (Santolina)- Lavanda algodão
  • Thymus spp – Tomilho

E são recomendados pela literatura de Aromaterapia para tratamento contra infecções fúngicas e tiveram resultado positivo, confirmando a literatura.

  • Cananga odorata -Ylang-ylang
  • Cinnamomum Cassia -Canela
  • Cinammom Zeylanicum-Canela casca
  • Coriandrum Sativum -Coentro
  • Cymbopogon Nardus– Citronela
  • Matricaria Chamomilla -Camomila alemã

Infecções Fúngicas: Dermatófitos

Dermatofitoses afetam a pele, cabelos e unhas. Os sintomas não representam uma ameaça, mas o risco existe entre 10%e 20% das pessoas que adquiram infecções por dermatófitos. O tratamento é longo, oneroso, pois é comum a resistência e efeitos colaterais no tratamento.

Contudo, existem os óleos essenciais como uma alternativa no tratamento de infecções fúngicas superficiais. Estudos comparativos apontam para resultados efetivos.

As formulações tópicas devem ter a capacidade de penetrar na pele efetivamente para eficácia do tratamento de infecções subcutâneas.
Melaleuca Alternefolia teve sua atividade, in vitro, com comprovada eficácia contra fungos (M.mycetomatis e M.furfur). Sendo indicado para tratamento de eumicetoma (infecção de pele), pitiriase (manchas que surgem na pele, uma grande e várias pequenas podem ser confundidas com psoríase), e dermatite seborreica, afinal além de antifúngico, tem excelente permeabilidade na pele, devido ao seu principal componente, terpinen-4-ol. É muito útil tratamento de micose de unha, onicomicose  (Infecção provocada por fungos que se alimentam de queratina. O tratamento é longo e o índice de cura é baixo.) Em ensaios clínicos comparativos entre clotrimazol e o Óleo de tea tree (Melaleuca Alternifolia) demonstraram uma diferença de 1 % nos resultados.

Óleo essencial de Tea Tree ou Melaleuca é indicado no tratamento de pé de atleta (tinea pedis) o Estudo relata melhoria de 72% tiveram melhora. Com soluções em etanol   e polietilenoglicol de 25 e 50%. O que deixa claro a necessidade de uma alta concentração para esse tipo de tratamento.

O sucesso da resposta em tratamentos dermatológicos com óleos essenciais se deve a uma característica peculiar dessas substancias voláteis, pois são lipossolúveis. Sendo assim, permeiam muito rapidamente através da pele que possui camadas de gordura.

O óleo essencial de Tea Tree/Melaleuca, foi o óleo mais estudado para tratamentos de doenças fúngicas, porém outros óleos apresentam resultados espetaculares in vitro, para tratamento em infecções fúngicas.

São eles:

  • Apium nodiflorum– Aipo
  • Cedrus atlantica -(madeira de cedro) Cedro do Atlas
  • Cymbogopon citratus– Capim Limão
  • Juniperus oxycedrus ssp.Oxycedrus (cade)- Zimbro bravo/cedro da Espanha
  • Pelargonium graveolens– Gerânio
  • Syzygium aromaticum– Cravo da Índia
  • Thymus spp -Tomilho

Pesquisadores já entenderam que em determinados quadros clínicos é necessária a combinação de óleos essenciais.  45 óleos essenciais foram pesquisados e combinados com Lavandula Angustifolia. A combinação de óleo essencial de lavanda francesa e camomila (Matricaria Recutita) foi pesquisada casos clínicos com 8 pacientes com ulceras crônicas nas pernas. Cinco deles receberam uma sinergia de 6% dos 2 óleos em base carreadora de óleo de semente de uva e 3 tiveram tratamento com tratamentos convencional para as feridas. Quatro dos cinco pacientes que utilizaram a fórmula com óleos essenciais obtiveram cicatrização completa e o quinto estava fazendo progresso na recuperação.

Uma outra pesquisa envolveu óleos essenciais de Salvia Officinalis, Artemisia Vulgaris e Lavandula Angustifolia para tratamento de feridas crônicas como úlceras venosas, úlceras de pressão, rasgos na pele e escoriações. O sucesso desse experimento foi devido ao aumento da circulação e permeabilidade vascular, resultando no surgimento de novos vasos sanguíneos a partir dos que já existentes.

Existem estudos que demonstram que a atividade combinada de óleos essenciais com medicamentos convencionais de notável resultado no aumento da atividade antimicrobiana de antibióticos e antifúngicos, incluindo a possibilidade de solução para bactérias resistentes. Por exemplo, o óleo de orégano (Origanum Vulgare) que demostrou sinergia com doxiliclina florfenicol ou sarafloxacina contra E. Coli houve melhora contra determinadas bactérias e reduziu a resistência a múltiplos fármacos.

Estudos antivirais

Os óleos essenciais são uma esperança para tratamentos de infecções virais. Afinal, a medicina de modo geral busca tratamentos eficazes no combate dessas doenças.

Em diversos estudos, foram apontados como melhores inibidores virais atuando especificamente nas etapas envolvidas na biossíntese viral, impedindo a replicação do vírus.

Dos óleos essenciais estudados para tratar infecções de pele, somente a metade foi avaliada para tratamentos antivirais.  O vírus mais estudado nesse caso foi herpes simplex.

Chega-se à conclusão que a falta de testes clínicos com óleos essenciais deixa uma certa dúvida no ar para a medicina atual. Contudo, os resultados in vitro, são notáveis e no dia a dia dos usuários é conhecido o desempenho eficaz dessas substâncias voláteis e aromáticas, que são os óleos essenciais.

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Isabela Palmer - Aromatologista e Psicanalista

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