Quando falamos em óleos essenciais e Aromaterapia, logo vem à mente questionamentos sobre a qualidade e a pureza. E isso faz todo sentido, pois o resultado esperado da aromaterapia depende da pureza dos óleos essenciais. Afinal, eles devem ser puros e completos para serem terapêuticos.
Existem vários métodos de análise para testes em óleos essenciais.
São eles:
⇒ Cromatografia
- Cromatografia Gasosa – a mais utilizada
- Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
⇒ Ressonância Magnética Nuclear- RMN
⇒ Rotação Ótica
⇒ Índice Refrativo
⇒ Espectroscopia Infravermelha
⇒ Avaliação Organoléptica (O Nariz)
⇒ Cromatografia
É um método de separação de componentes individuais contidos em uma mistura. No caso desta publicação falaremos especificamente de óleos essenciais. Em química, mistura é “toda e qualquer associação composta por duas ou mais substâncias diferentes, podendo se apresentar de forma homogênea (com uma única fase visível a olho nu) ou heterogênea (duas ou mais fases visíveis a olho nu).”Este método quantitativo de separação de misturas é empregado para identificar substâncias, por exemplo as encontradas nos óleos essenciais e também funciona como uma separação – purificação de misturas. São utilizadas propriedades como massa, tamanho e solubilidade, para análise.
É necessária uma cromatografia confiável e comparar com a oferecida pelo vendedor de óleos essenciais.
A mistura, no caso a composição de óleos essenciais, passa por duas fases sendo uma estacionária (fixa- funciona como um filtro) e uma fase móvel, com líquido ou gás que facilitam a separação da substância analisada. Dessa forma a interação dos constituintes nas fases provoca uma separação através de forças iônicas e intermoleculares. E ainda, permite excluir do teste partes indesejáveis.
Para se fazer a análise da cromatografia, análises anteriores são comparadas para referenciar o teste. São utilizadas tabelas de gráficos conhecidos, o que possibilita a descoberta de outras substâncias pertencentes a mistura.
Existem várias classificações para cromatografia, as quatro principais são:
- Classificação pela fase móvel empregada.
- Classificação pela fase estacionaria utilizada.
- Classificação pelo modo de separação.
- Classificação pela forma física do sistema cromatográfico.
Na classificação pela fase móvel empregada temos:
A cromatografia gasosa – a fase móvel é um gás e a estacionária é um sólido ou líquido. É a mais utilizada para análise de óleos essenciais.
A cromatografia líquida – a fase móvel é um liquido e a fase estacionária é um sólido, fazendo a separação através do sólido.
A cromatografia supercrítica – leva certas vantagens sobre as outras duas, podem ser realizadas analises não possíveis em cromatografia líquida ou gasosa.
É interessante conhecer um pouco da história da cromatografia:
A cromatografia foi inventada pelo russo, Mikail Semenovich Tswett, durante suas pesquisas sobre clorofila e foi apresentada no congresso de Médicos e Naturalistas em São Petersburgo e o termo cromatografia foi utilizado pela primeira vez em 1906 no jornal de botânica alemão, Berichte der Deutschen Botanischen Gesellschaft.
O botânico russo usou uma coluna de absorção liquida contendo carbonato de cálcio para separar pigmentos de folhas de plantas.
Em 1941, dois pesquisadores da Inglaterra, na cidade de Leeds publicaram um artigo – “Uma Nova Forma de Cromatograma Empregando Duas Fases Líquidas” que inspirou o método de análise cromatográfica amplamente utilizado hoje em dia. Esses pesquisadores britânicos eram Archer John Poter Martin e Richard Laurence que em 1952 receberam o Nobel de Química por esse modelo chamado cromatografia de partição.
Cromatografia Gasosa
É uma técnica analítica para conferir a pureza de uma mistura de constituintes voláteis ou semivoláteis coletando informações sobre os componentes químicos numa amostra de gás. É uma análise que pode degradar os componentes e tornar os resultados imprecisos ou incompletos. Por outro lado, pode detectar novos componentes e facilita novas descobertas.
Quando essa técnica é adequada, podem ser necessárias várias etapas para alcançar os objetivos da análise. Afinal, nem todas as amostras oferecem estado condizente para o processo e devem ser tratadas para obtenção de resultados verídicos, precisos e completos.
A cromatografia gasosa ocorre quando é injetada uma pequena amostra em uma porta que a aquece com rapidez, acima do ponto de ebulição da mistura analisada. O cromatógrafo bombeia o gás inerte na amostra. Essa amostra é empurrada para uma coluna e conforme se movimenta através dessas, os componentes se separam, pois se movem em taxas diferentes quando são vaporizados.
Nesse momento são utilizados detectores que podem ser sensíveis a determinados compostos ou resistentes e isso favorece a análise de concentração de itens da mistura. Outros detectores agem de maneira mais ampla e podem notar vários componentes em um único teste.
Uma curiosidade é que este método é muito usado em investigações forenses que buscam resultados imediatos e bem precisos.
Contudo, este método exige técnica para um resultado confiável. Afinal, alguns componentes podem ficar ocultos em traços de outros e por isso muitas vezes é necessária outra passagem para esclarecer os componentes e sua concentração na mistura analisada. Podem demorar uma hora ou mais para a primeira passagem e ainda serem necessários outros testes para verificação das informações coletadas.
É um processo que exige controle rigoroso para resultados confiáveis e efetivos. O controle de temperatura é fundamental para manter a amostra dentro da faixa e o equipamento deve estar calibrado e deve ser higienizado a cada amostra.
Laboratórios idôneos fornecem instruções e seguem protocolos para garantir a confiabilidade das análises.
CLAE– Cromatografia Líquida de Alta Eficiência
É a evolução da primeira cromatografia de Mikail S. Tswett
Método com solvente bombeado na coluna preenchida com a mistura que se deseja analisar e conforme a reação com o solvente pode-se quantificar e qualificar o óleo essencial ou outra mistura.
É uma técnica utilizada na química analítica para identificar e quantificar cada componente em uma mistura. Seu grande diferencial é a capacidade de separar grande número de compostos em um curto espaço de tempo. É muito utilizada para analises bioquímicas.
⇒ Outro método de análise da qualidade de um óleo essencial é a Ressonância Magnética Nuclear.
A RMN é uma espectroscopia disponível com maior poder de determinar uma estrutura orgânica. Muito usada para avaliar moléculas orgânicas explorando as propriedades magnéticas de núcleos atômicos para determinas características e propriedades físicas e químicas de átomos ou moléculas em que estejam contidos, identificando a estrutura carbono-hidrogênio de compostos orgânicos. E é por isso que para a identificação dos grupos funcionais presentes nos óleos essenciais, os mesmos são submetidos à análise de ressonância magnética nuclear.
A avaliação dos componentes de um óleo essencial é examinada a partir dos núcleos, pois uns se orientam na mesma direção do campo magnético outros na direção contrária.
Segundo Jane Buckle, em Aromaterapia Clínica, RMN como uma tecnologia de ponta apta a determinar a estrutura de componentes puros e como resultado oferece a “impressão digital” do Óleo essencial. Auxiliando na comparação e detecção de óleos essenciais adulterados.
⇒ A Rotação Ótica
Os óleos essenciais, em sua maioria, têm a capacidade de rotação em um plano de luz polarizada.
Certos materiais possuem a capacidade de rodar o plano de polarização de feixe de luz linearmente polarizada. Essa capacidade é uma característica intrínseca do material chamada de poder rotatório.
Esse poder rotatório pode ser destro-rotatório se girar para direita e levo-rotatório se girar para esquerda
A rotação ótica auxilia na detecção de componentes sintéticos e indicam a adulteração em um óleo essencial. Pois, a rotação dos sintéticos e adulterados são para uma direção contraria a dos puros e completos.
O nome do equipamento é Polarímetro, é ele que determina o ângulo de rotação da luz que passa pela mistura analisada.
As moléculas podem ter em sua nomenclatura a indicação do sentido da sua rotação, um exemplo é a d-limoneno, isso significa que a molécula limoneno (encontrada nos óleos essenciais cítricos) gira em sentido horário, ou a direita.
Ainda existem mais técnicas para avaliação de pureza de óleos essenciais, que também são citadas por Jane Buckle, em seu livro Aromaterapia Clínica, inclusive:
⇒ Espectroscopia Infravermelha
É um procedimento que determina informações estruturais das moléculas, conforme a refração da luz ocorre e em temperatura idêntica a temperatura em que o padrão para análise foi feito. É um tipo de espectroscopia de absorção, muito utilizada para identificar compostos, misturas ou investigar a composição de uma amostra.
Essa técnica baseia-se na frequência vibracionais das moléculas.
⇒ Índice Refrativo
É um método que analisa o óleo essencial através da refração luz. Conforme ocorre a refração no vácuo em meio e temperatura específicos pode-se verificar as propriedades e pureza do líquido.
⇒ Avaliação Organoléptica (O Nariz)
Muito menosprezado, o nariz bem educado é capaz de perceber a diferença entre óleos adulterados e os óleos autênticos.
Para educar o olfato, deve-se inalar o óleo em fitas olfativas, nunca inalar diretamente do frasco. Comece a inalar por uma narina de cada vez com distancia e 6 cm do nariz, em muitas ocasiões cada uma percebe o aroma de maneira diferente. Isso, porque as partículas aromáticas são captadas por partes diferentes do bulbo olfativo. Classificar os aromas quanto ao seu agrado de 0 a 10 é um bom exercício para ajudar a fixar a memória específica do óleo essencial. Descreva o aroma, anotando a percepção. Deve-se cuidar para não testar muito aromas ao mesmo tempo, pois pode ocorrer um estresse olfativo.
Para avaliar óleos essenciais deve-se inalar um óleo essencial autêntico para registrar o aroma legítimo no cérebro, em seguida inale o novo. Sempre prestando atenção ao quimiotipo e geotipo.
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https://www.infoescola.com/quimica/cromatografia/
https://www.infoescola.com/quimica/separacao-de-substancias-misturas/
https://www.portalsaofrancisco.com.br/quimica/cromatografia
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1936786/mod_resource/content/1/Aula%20RMN.pdf
http://efisica.if.usp.br/otica/universitario/polarizacao/atividade_otica/
BUCKLE, Jane. Aromaterapia Clinica – Óleos essenciais no cuidado da saúde. Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2019.
Gostaria de saber se vcs fazem analise por Cromatografia Gasoso de Oleos Essenciais de Pimenta Longa, rico em SAFROL.
Obrigado
Olá,Cecília,bem-vinda!
Este é um conteúdo sobre os métodos para analisar a pureza dos óleos essenciais.
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Ótima semama
Isabela Palmer